há de haver
alguém que lhe instigue
um tipo de
insistência.
algum show
mal exposto
coberto
de vozes indispostas,
um corpo político
louco por sexo
arrepio,
pode ser o seu,
você sabe.
algumas plantas
para dar um ar
de causalidade
àquela mentira
bem contada
ao amor da madrugada.
há de haver
um parêntese
para cada palavra,
uma longa história
para cada pausa,
um respirar mal
dado a cada
desaforo.
traças
traças sob o céu estrelado
a cultivar pequenas verdades,
há um teto sobre você,
veja,
veja de uma vez
quantas traças
estão a se multiplicar
na sua cabeça.
depois me diga
se vai esperar
que tornem-se
mariposas.
lorena medronho tem 22 anos, é poeta, contista e cientista ambiental em formação. acabou de publicar seu primeiro livro solo de poesias: me avise quando for desligar a luz, editora multifoco.